Olhe ao seu redor. Esfregue os seus gravetos mentais e acenda um fogo. Acorde o macaquinho do sótom-mental. Eles estão lá, estão por toda a parte, e sustentam o seu mundo. É só ver. O que eles significam? Pra mim? Hum... bem... o que eles significam para você? Veja, simplesmente veja-os. Afinal, as maiores viagens também começaram com um único passo.

sábado, maio 05, 2007

Janis 'Pearl' Joplin


Vagando pelo cyberespaço, ao som de um Summertime cintilando com os dedilhados do Jimi Hendrix, olha o que eu encontrei em meio a um especial liiiindo no site da Revista Trip (edição #81)...
Fotos excusivas, um relato de uma passagem pelo Rio de Janeiro num carnaval perdido em 1970 e.... Serguei falando sobre A Pérola! Sente só:
"A gente se conheceu em Long Island, num festival de rock num parque, na época em que eu morava nos EUA. Ela chegou em mim e disse: 'Você tem muito feeling'. De cara, ficamos amigos. Fui com ela para San Francisco, passei um mês com ela lá. Tivemos uma convivência ótima. Janis tinha mania de tomar suco de laranja, era um ritual, preparava suco toda hora - depois jogava gim. Um dia, ela estava fazendo suco e bateram na porta. Fui ver, era um black power esquisito. Pode abrir, ela falou. Foi assim que conheci o Jimi Hendrix. Sei que eles começaram a discutir muito, depois se beijaram - era um outro estilo de vida, tá me entendendo? Dali a uns dois dias fomos à casa de Jimi, em Los Angeles. Sempre fui muito atirado, dançava, rebolava, ficava fazendo assim com a língua. Aí, a Janis veio e falou para eu parar com aquilo de mostrar a língua, senão aquele cabeludo afundado no sofá ia me enfiar um sunshine na boca. O cabeludo era Jim Morrison.
Numa outra festa, no Motel Senegal Boulevard, com Jimi Hendrix, Kris Kristofferson (parceiro de Janis em 'Bobby McGee') Jim pediu para Janis fazer um boquete nele. Ela fingiu que ia fazer, mas preferiu atirar a garrafa de whisky na cabeça dele. Jim nem estrilou: 'Vou tirar uma soneca', disse. Uns dois anos depois, eu caminhava pela calçada em frente ao Copacabana Palace - naquela época a gente podia andar na Avenida Atlântica sem ser assaltado - quando vejo um casal bem diferente: um loiro alto, bonito, interessante e uma mulher com turbante e saia cigana. Puta que pariu! 'Janis!', gritei, e logo nos beijamos na boca.
Nessa época, eu cantava num buraco chamado New Holliday, no porão 73 do Leme, Copa. Cantava coisas como 'Satisfaction' e 'Tropicália', abria o show da Darlene Glória. Quis levar a Janis lá. O gerente, um português, barrou-a na porta: 'Esta mendiga imunda não pode entrar aqui'. Imagine, num bar de putas a Janis foi barrada! Briguei com o português e ela acabou entrando. Alcione estava cantando 'Upa neguinho'. A Janis logo sentou e pediu vodca - sabe, quando você toma metadona dá muita vontade de beber vodca, e ela fazia tratamento com metadona, na época, pra sair fora da heroína. Tinha uma bandinha tocando, subi no palco e falei 'com vocês, a maior cantora de todos os tempos'. Pedi para os caras a acompanharem, mas eles não sacavam a música, ficaram nervosos. Então ela soltou a voz e cantou 'Ball and chain'. Meu Deus (Serguei emociona-se, chora)... O canto dela era sublime! A boate toda se levantou. Alcione gritou desvairada. Tony Tornado, que também se apresentava ali, tremia todo, sem camisa. O português se ajoelhou aos meus pés e pediu: 'Puta que pariu! Como fui barrar essa maluca? Dá na minha cara, que eu mereço!'. Logo em seguida, ela cantou 'What I'd say', do Ray Charles. Foi lindo, a glória, uma loucura total. A boate inteira nos mandava bebida.
Saí de lá, alcancei ela com o David Niehaus, o tal holandês loiro, já na praia. Uma lua cheia… Você sabe, né, sou um sem-vergonha por natureza: transamos nós três até de manhã. Na verdade, eu estava mais ligado no holandês, aquela bunda branca ao luar, não tinha muita atração nela porque pra mim a Janis era algo inatingível, um ídolo, sensualidade e protesto, tudo. Ela era tudo o que eu queria ser. Mesmo que a gente estivesse próximo, transando, pra mim ela era um ponto de luz perdido no espaço."


Algumas pessoas podem desperdiçar mil palavras, fazer um livro que venda mil cópias... Mas algumas outras pessoas em poucas linhas dizem tudo. Hail!

Agora, na Wikipédia:
Before Janis died, she had money allocated in her will for a party for her friends. After she died, her closest friends held a party, with a banner at the door that said:"Drinks are on Pearl!"

Agora me conta.... Por que pessoas assim morrem aos 27 anos? Pelo menos ela não viu os anos 80, nem a morte do Lennon. Nem correu o risco de ver o sonho acabar. Será que acabou mesmo? Algumas pessoas duram para sempre.

Nenhum comentário:

Volte sempre e use filtro solar.


Powered By Blogger