Olhe ao seu redor. Esfregue os seus gravetos mentais e acenda um fogo. Acorde o macaquinho do sótom-mental. Eles estão lá, estão por toda a parte, e sustentam o seu mundo. É só ver. O que eles significam? Pra mim? Hum... bem... o que eles significam para você? Veja, simplesmente veja-os. Afinal, as maiores viagens também começaram com um único passo.

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Teahouse - parte I

Todos os dias o mesmo ritual se repetia. As meninas mais novas eram despertadas rudemente pelas mais velhas, e iam todas juntas para a casa de banhos que fora instalada na parte do prédio cujo acesso era restrito aos criados. Depois, devidamente esfregadas e perfumadas com os muitos óleos disponíveis, elas tinham seus longos cabelos penteados e seus rostos pintados delicadamente por uma velha criada que o fazia com maestria. Agora seria impossível distinguir uma no meio de tantas beldades de rostos brancos e falsamente expressivos. Vinham então os muitos baús de onde tiravam o desfile de sedas e bordados. Muitos trajes coloridos e com imagens cujos significados a elas não era permitido conhecer. A Mestra daquela casa então chegava e escolhia qual roupa cada uma iria utilizar, ela mesma já chegando devidamente arrumada e trajando uma profusão de ouro bordado. As mais velhas e que já estavam ali há mais tempo recebiam os melhores trajes disponíveis, mas naquele dia as coisas seriam diferentes. A seda verde com brilhantes bordados coloridos fora posta de lado junto com uma caixa que certamente continha um colar, preciosidades separadas para uma nova menina que vivia separada das outras, ainda recebendo instrução, mas que naquele dia iria ao salão pela primeira vez. Aquele gesto enfureceu todas as presentes, a nenhuma delas havia sido permitido usar tão rico traje em seu primeiro dia. E, no entanto, aquela menina utilizaria aquela seda verde tão cobiçada por todas. Despeitadas, receberam as sedas que foram escolhidas para elas, mas a elas nunca fora permitido qualquer jóia, mesmo as presenteadas por admiradores, sobre quais elas tinham todo o direito, mas que ficavam guardadas longe delas.

Quando todas terminaram de se arrumar, já era o fim da tarde e os pássaros retornavam de suas aventuras para dormir sobre os ramos das árvores no jardim. Os poucos convidados daquela noite já estavam na entrada e aguardavam a hora em que seriam admitidos dentro do prédio. Uma a uma elas se dirigiram ao grande salão com mesas, almofadas e ricas lamparinas. A nova menina já estava lá aguardando por elas, com o cobiçado traje verde e o colar, que era de contas simples de jade, o rosto coberto por um véu fino através do qual não se conseguia distinguir exatamente sua fisionomia, apenas ver que ela era bastante jovem. Silenciosamente elas se posicionaram em seus lugares e aguardaram.

Os homens entraram, se sentaram e a cerimônia do chá teve início.
Depois era hora de música e a ceia, os homens se fartando com o forte vinho de arroz que agradava tanto os nobres quanto os miseráveis daquela terra. E então chegou o momento que todos aguardavam, mesmo sem nenhum pronunciamento ter sido feito. A menina sob o véu seria leiloada, por isso todo o requinte e mistério que cercavam sua figura mesmo enquanto ela participava impecavelmente da cerimônia. Isso por vezes acontecia, as meninas excepcionalmente belas ou talentosas eram separadas ao chegar para receber educação e treinamento mais refinados e, quando chegasse a hora, seriam entregues ao interessado que apresentasse a melhor oferta. O dinheiro arrecadado serviria para cobrir as despesas com professores mas também para iniciar o mesmo processo com mais uma menina, e depois outra, e mais outra. Era um costume antigo.

Então, após algum tempo e demonstrações de interesse por parte de todos os presentes, ela foi adquirida por uma quantia considerável por um homem que não era tão velho quanto alguns dos freqüentadores habituais, mas que pela força de sua presença e do seu olhar, mesmo vestindo trajes civis, certamente seria um oficial do Exército do Imperador. Após os detalhes de como o pagamento seria feito foram acertados com a Mestra da casa, a menina foi levada para um aposento separado e suas poucas coisas seriam imediatamente colocadas em uma carroça que já estava aguardando. A única exigência feita foi que ela tivesse toda a pintura retirada de seu rosto, mas que mantivesse o véu e o colar de jade.

Como ele morava na Capital, em pouco tempo chegaram a sua residência e ela foi levada da liteira para o aposento que agora seria seu. Já era tarde da noite e ela se encontraria com o senhor daquela casa apenas no dia seguinte, mas enquanto isso não acontecesse, manteria o véu e o colar.


aguardem a continuação
peace ^^v

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Pierrot the Clown

Leave me dreaming on the bed,
See you right back here tomorrow, for the next round
Keep that scene inside your head
As the bruises turn to yellow
Swelling goes down
And if you're ever around
In the city or the suburbs of this town
Be sure to come around
I'll be wallowing in sorrow
Wearing a frown, like pierrot the clown...

Saw you crashing around the bay
Never seen you act so shallow
Or look so... brown
Remember all the things you'd say
How your promises went hollow
As you threw me to the ground
And if you're ever around
In the backstreets or the alleys of this town
Be sure to come around
Ill be wallowing in pity
Wearing a frown, like pierrot the clown...

When I dream
I dream of your lips
When I dream
I dream of your kiss
When I dream
I dream
Of your fists
Your fists... your fists...

Leave me bleeding on the bed
See you right back here tomorrow, for the next round
Keep that scene inside your head
As the bruises turn to yellow
Swelling goes down
And if you're ever around
In the city or the suburbs of this town
Be sure to come around
I'll be wallowing in sorrow
Wearing a frown, like pierrot the clown
Like pierrot the clown...

song: Pierrot the Clown by Placebo
pic: by vix-stock in Deviant Art

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Um Circo ... A Bailarina

A menina e o cavalo branco, uma união parecendo tão perfeita. A Bailarina em círculos pelo picadeiro em sua apresentação de contorcionismo e perigos. Um erro e ela estaria sob as patas do animal, agora a sapatilha e as mãos alternadas sobre as costas do animal parecendo tão seguras. Crianças e seu brilho no olhar, cabecinhas seguindo o movimento interminável, as meninas desejando ser como aquela bailarina, que é também a assistente do Mágico, desaparecendo numa caixa para cair nos braços fortes do Trapezista. Um coração dividido entre um ilusionista de tolos e o falso homem voador, uma Colombina que desprezava o apaixonado Pierrot e seguia seu amado Arlequim. Uma inocente cobra traiçoeira que sorri, ela é a Bailarina agora e todos olham para ela.



É o carnaval chegando... Sei lá, pra mim todo carnaval é representado por um Pierrot triste... muito triste...
Volte sempre e use filtro solar.


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