Olhe ao seu redor. Esfregue os seus gravetos mentais e acenda um fogo. Acorde o macaquinho do sótom-mental. Eles estão lá, estão por toda a parte, e sustentam o seu mundo. É só ver. O que eles significam? Pra mim? Hum... bem... o que eles significam para você? Veja, simplesmente veja-os. Afinal, as maiores viagens também começaram com um único passo.
domingo, maio 29, 2005
Um conto de solidão e lua cheia
Enquanto esperava pela lua, ela se enrolou mais no longo chale para se proteger do vento gelado que soprava incessantemente. E começou a lembrar de como passara momentos felizes nos campos que se extendiam lá em baixo, além do grande jardim que sempre lha parecera tão opressor, com suas cercas vivas em formas tão definidas e artificiais. Se eu fosse uma planta, pensava ela, jamais deixaria que fizessem algo assim comigo, eu cresceria forte e indomada como o grande carvalho perto do portão.
E ela crescera como o carvalho. Nunca deixou que os padres e professores dominassem sua mente livre, nem que a rígida educação imposta pela sua família a impedisse de seguir seus impulsos. Temos que zelar pela reputação do clã, diziam todos quando davam por sua falta e ela havia fugido para longe. Mas ela não era nem ao menos a herdeira do legado, era só a mais nova das quatro irmãs. Não havia nada de especial que esperassem que ela fizesse. E ela passava os dias vivendo a vida em toda sua plenitude. Cavalgava com a velocidade do vento o grande garanhão negro, passava horas lendo seus amados livros sentada nos galhos mais altos das suas árvores favoritas, aquelas no meio do bosque que só ela e os caçadores conhecem. Mergulhava no fundo do lago da cachoeira, não tinha o menor receio de levar seus amantes para passar uma temporada com ela, e sempre paticipava das grandes festas, aquelas regadas a muita música e absinto.
Mas tudo isso não a satisfazia. Ela buscava cada vez mais, cada vez os prazeres da vida em uma intensidade maior, mas tudo isso nunca era o suficiente. Sempre faltava alguma coisa, a felicidade era só momentânea e depois só restava um vazio. Ela não acreditava no amor, para ela isso não passava de um vício, uma dependência psicológica. A vida sempre lhe pareceu uma grande mentira, uma encenação na qual nem todos os atores sabem que estão numa peça.
E era nisso que elam pensava agora, enquanto olhava para o horizonte esperando a lua aparecer no céu. A grande farsa que sua vida lhe aprecia. Agora, que ninguém mais parecia notar a sua ausência, que ninguém mais brigava com ela, que os professores não tinham mais nada a ensinar e tinham todos ido embora, sua vida não tinha mais graça. A transgressão não tinha mais sentido. Tudo que ela fazia agora era passar o dia em seu quarto, para sair e ficar no terraço, desde o pôr-do-sol até a aurora, admirando a luz da lua, o vôo dos pássaros e dos morcegos, a sombra dos lobos passando através das árvores, e lembrando dos breves momentos em que achou que era feliz e das pessoas que gostava, e dos seus amores farsantes que povoam as lembranças de sua vida. Ela não tinha nem vinte anos, mas sempre que ficava revendo sua vida as lembranças pareciam estar cada vez mais longe, como se aquela época feliz tivesse ocorrido há muito tempo atrás. O que terá acontecido com o garanhão negro? Com seus amigos e suas grandes festas? Seus amantes nunca mais lhe procuraram... Às vezes tinha a impressão de ouvir um deles chamando ao longe, mas não conseguia entender o que diziam. Por fim a lua apareceu no céu. Cheia, redonda e linda, como sempre. Tão linda que ela até ficou emocionada. Sentia o breve conforto das lágrimas que o vento incessante logo levava embora. E foi entre as lágrimas que ela viu dois vultos negros atravessando o jardim. Não os conhecia, mas pelas roupas pareciam ser dois padres. Muito estranho, pensou ela, há muito tempo que os padres não aparecem por aqui, e normalmente eles vinham no domingo, mas nunca de noite. E ela não gostava dos padres, nem de nenhum cristão. Para ela, eles acreditavam na farsa da vida mais cegamente do que o normal. Ela prefiria os deuses da natureza, que condiziam com seu espírito livre e a vida plena. Para ela essa era a verdadeira santidade. E as duas figuras caminhavam em direção a casa, finalmente chegando na porta. Ela estranhou o fato de não ouvir a campainha que normalmente ecoava por toda a casa, mas provavelmente eles estavam sendo aguardados. Não ouviu nenhuma saudação, nem os passos apressados da criadagem em direção a cozinha para preparar algo para os visitantes... Só ouvia passos subindo em direção ao terraço onde estava. Eles não haviam sido avisados de que ela não gostava de ser perturdaba, especialmente quando era noite de lua cheia?? A raiva crescia dentro dela, e ela parecia que não ia conseguir se controlar. Até que os dois padres alcançaram o terraço, e entraram com suas cruzes douradas em punho como se fossem escudos. Ela não entendia nada, aquelas duas figuras dindo agressivamente em sua direção, recitando velhar orações no latim que ela dominava tão bem. As orações falavam de almas penadas, no descanso eterno, em exorcismo. Ela não entendia a razão disso tudo... Eram para ela? E de repente tudo começou a fazer sentido. Porquel ela não saía mais, porque não pareciam notar a sua ausência ou querer a sua presença, porque ninguém mais a procurava. Ela havia morrido. E agora tentava se concentrar nas suas lembranças, tentando lembrar de como e onde isso aconteceu. Mas as orações eram muito fortes, e ditas muito altas. Ela só queria sair dali, ir para algum lugar onde conseguisse parar e pensar em paz em como tudo isso aconteceu. Então ela correu, correu, correu até onde as orações não mais a alcançariam, e percebei que tinha chegado no portão, onde fica o grande carvalho. E ela percebeu algo que nunca havia visto antes. Ao lado da árvore, no lado oposto ao que fica perto do portão havia um túmulo. E na lápide havia escrito seu nome e a data, muitos anos atrás. Nesse túmulo, agora ela sabia, poderia encontrar a paz que precisava para se lembrar de como tudo aconteceu, e foi para lá que ela se dirigiu. E lá ficou, imersa em seus pensamentos e lembranças, totalmente alheia ao tempo. Até que uma vez ouviu uma voz:
_ Oi... Que bom que você está aí agora. Eu sei que você vai sentir falta das noites de lua e do visual do terraço, mas pelo menos agora eu sei que vovê vai ouvir tudo que eu tenho a dizer, e que eu tenho esperado para dizer por todo esse tempo. Sempre soube que os fantasmas não lembrar da hora da morte, mas eu queria te contar como tudo aconteceu, pois foi o dia mais feliz e mais triste da minha vida. Você lembra das noites que passávamos no bosque perto do lago da cachoeira? Acho que sim. Pois foi em uma noite dessas que tudo aconteceu. Nós tínhamos ido a uma das gloriosas festas que aquele casal francês sempre promovia, e eles nos deram de presente uma garrafa de absinto daquela marca que você adora. E você me chamou para bebermos juntos ali perto do lago. Chegamos lá ainda de noite, e ficamos juntos como sempre fazíamos. E você me dizia que eu era seu amante favorito, o mais querido de todos os seus amores farsantes. Mas eu sabia que naquela época eu era seu único amante, e nosso amos não era uma farsa. A garrafa acabou, e nós continuamos juntos, até que acabamos dormindo abraçados, embaixo de uma daquelas árvores que você adorava escalar. Dormimos o dia todo, mas ninguém veio a sua procura, pois ninguém sabia que você havia retornado. Acordei em seus braços com o sol se pondo, e você chorava. Perguntei o que havia acontecido e senti seu sangue. Você havia cortado o pulso, e o sangue agora encharcava a terra. Perguntei por que você havia feito isso, e você respondeu que me amava, que nunca iria me esquecer, que havia descoberto estar grávida e abortado duas vezes, e não poderia suportar perder mais uma vez o prêmio máximo da nossa união. Você começou a ficar fria, e assim que o sol sumiu senti seu último beijo e você se foi. Desde esse dia, eu venho até aqui em todas as noites de lua cheia tentar lhe dizer o quanto eu te amava e o quanto sinto sua falta, que só a sua presença me bastaria, mesmo sem termos filhos. Mas no fundo eu sabia que você não estava aqui, então não me ouviria. Agora que eu sinto que meu tempo aqui está no fim, chamei aqueles dois padres, lhes contei a minha situação e eles ficaram de me ajudar a trazer-lhe até aqui. Me sinto culpado por privá-la da luz da lua, mas agora saberei onde te encontrar quando chegar a minha hora....
De repente as palavras silenciaram, e ela ouviu alguma coisa caindo na terra perto do túmulo. Então ela sentiu. Os braços que ela tanto amava e a visão do rosto que tanto sentia falta. Então ela não sentiu mais frio, e a sua volta não haviam mais as duras pedras do sepulcro. Havia apenas luz.
domingo, maio 22, 2005
Yakisoba, Shop-suey, molho agridoce e biscoito da sorte
Mas não para contar sobre o meu almoço que eu sentei agora na frente do computador. Foi mais exatamente para falar das coisas que eu citei no título: yakisoba, shop-suey, molho agridoce e biscoito da sorte.
Eu amo comida chinesa, mas nem por isso eu deixo de viajar enquanto como (já deve ter dado pra perceber que eu viajo em qualquer lugar e a qualquer hora, mesmo!). E esse almoço me fez lembrar de várias coisas. Olha só:
~~YAKISOBA: isso me faz lembrar da primeira vêz em que eu fui a um restaurante oriental, e nessa época eu era bem criança, tipo uns 4 anos. Minha mãe pediu uns sushis pra ela e um yakisoba pra mim. Mas como as crianças fazem altas confusoes sobre as coisa, eu acabei passando alguns anos pensando que gostava de sushi quando na verdade aqueles bolinhos grudentos me davam nojo. Eu tinha trocado os nomes. Ainda bem que eu desfiz o mal entendido a tempo, e hoje em dia eu sou uma fã de carteirinha do yakisoba tradicional (aquele que tem carne e frango junto). Será que tem comunidade no orkut? Hehehe... E Yakisoba ia ser o nome do meu gerbil, mas ele acabou se chamando Théo...
~~SHOP-SUEY: é aquele prato com carne em tirinhas. Mas sempre que como eu fico lembrando da música do System of a Down (SOAD, para os íntimos). Pois é... O que deu na cabeça do compositor para ele colocar um nome de comida chinesa na música? Será que eles já estavam pensando na carreira internacional da banda, especialmente na China, o maior mercado consumidor de comida chinesa do mundo??
~~FRANGO EMPANADO: sem comentários, é só frango pô... Mas eu ainda vou descobrir como é que se faz para ele ficar com aquela casquinha!
~~MOLHO AGRIDOCE: sempre que eu comia esse molhinho vermelho me vinha à mente a imagem de uma caponesa humilde fazendo o almoço com uma plantação de arroz ao fundo e montanhas cobertas de neve no horizonte... Em todo restaurante china legítimo o tradicional molhinho é feito lá mesmo. E um dos melhores da cidade era o do Shu-em-mim, mas eu já encontrei até uns meio doidos, com abacaxi dentro e tudo mais (hum, bem, eu acho que abacaxi não é uma fruta típica da China, então como ele foi parar no molho!?!?). Mas quando a comida chegou, o molho tinha vindo naqueles sachês tipo o do ketchup quando se vai no McDonald's! AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH!!!! Molho agridoce em produção industrial!!!!! Acabaram com a minha imagem da humilde camponesa cozinhando o molho tendo ao fundo a plantação de arroz e as montanhas cobertas de neve! A cena foi substituída por uma cozinha industrial com trabalhadores de uniforme branco colocando os ingredientes numa máquina com um grande recipiente de inox que faz o molho praticamente sozinha... Tadinha da humilde camponesa...
~~ROLINHO PRIMAVERA: pô, sem palavras... É inigualável e tudo de bom. Mas também tem que saber o restaurante certo, já que existem rolinhos e rolinhos... Nunca é tudo igual, mesmo parecendo. Que nem os orientais: no início é tudo a mesma coisa...
E o biscoito da sorte? Essa é uma longa história. Quando eu era criança, antes mesmo do incidente com o yakisoba, alguém vindo de algum lugar me deu um biscoito da sorte legítimo. É isso mesmo, com o papelzinho escrito à mão em chinês e tudo. Achei aquilo tudo tão legal que eu guardei o papelzinho. Pena que ele acabou se perdendo e eu nunca cheguei a saber o que estava escrito... Provavelmente uma daquelas mensagens legais que falam de prosperidade, sucesso, amor, dinheiro ou uma lição de serenidade e sabedoria. Tudo bem que esses biscoitos são só uma massa de farinha, água e açúcar que é assada com um pedaço de papel dentro, mas eu adoro. E eles também trazem uma imagem à minha cabeça: um velho monge budista com aquela roupinha laranja e o terço de bolinhas de madeira sentado no fundo de um templo no alto da montanha ou um sábio chinês daqueles bem clichês (com uma longa barba branca, e meio careca, que nem no Kill Bill volume 2) em um santuário perdido em uma floresta de bambus. Você encontra o coroa após uma longa peregrinação, ele te dá a mansagem de sabedoria, você faz uma reverência e vaza dali. Mas agora até o biscoito é feito em produção industrial. O velho sábio foi transformado em uma impressora fria e impessoal, que passa o dia imprimindo mensagens de serenidade e sabedoria que serão lidas pelos consumidores de comida chinesa entregue em casa. Esse mundo tá perdido!
Ah, ainda em tempo: vou começar a explorar o meu sábio chinês interior. Aulinha de tai-shi, yoga, meditações, horóscopo chinês, terapias alternativas, animais mitológicos, incenso... Quem viver verá. E eu espero sobreviver a isso tudo para ver os resultados! Rsrsrs...
quinta-feira, maio 12, 2005
Um conto de mini saia, olhos azuis e bolsa laranja
Ah sim, a turma: a 8ª série de uma pequena escola particular na zona sul do Rio de Janeiro, com suas panelinhas e grupinhos de meninas e meninos de classe média alta que moram todos perto da escola. Estudavam juntos, saíam juntos e se divertiam juntos. Só eles, o tempo todo. Mas o fato de serem tão unidos não exclui o fato de haver rivalidade entre as pessoas. E nessa turma não era diferente.
A Marina não gostava da Alice. E a Alice não ia muito com a cara da Marina. Não que elas tivessem brigado ou algo parecido. Elas apenas não se falavam e eram felizes assim. Mas uma ficava competindo silenciosamente com a outra: quem tirava as maiores notas, quem ia mais bonita para as festas, quem conseguia um namorado primeiro, etc, etc, etc. Motivos para essa rivalidade? Até que se conseguia encontrar alguns... Marina era uma paty daquelas louras naturais, o tipo de menina pelo qual todos os meninos se apaixonam um dia. E talvez, para ela, a Alice tivesse personalidade de mais... Ou fosse amada de mais, com o cabelo vermelho de mais, olhos azuis de mais, ou inteligente de mais... Para Alice, talvez Marina fosse loura de mais, usasse mini saia de mais, ou tivesse coisas rosinhas de mais. A sorte é que elas nunca tiveram que parar para conversar de verdade... Mas estudavam na mesma sala, freqüentavam as mesmas festas, faziam os mesmos programas e todos os amigos em comum amavam as duas. Então elas tinham que conviver, apesar de tudo.
No meio do ano, todos os alunos voltavam das férias com bronzeados novos, novas fotos de viagens, novos tênis e novas mochilas, e naquele ano não seria diferente. No primeiro dia do segundo semestre, Alice chegou na escola com sua novíssima bolsa laranja. Com todo o seu estilo de vanguarda, ninguém achou a bolsa estranha, e muitas pessoas até elogiaram. O que causou mais espanto, no entanto, foi a bolsa nova da Marina: laranja e igualzinha a da Alice. Essa concidência causou muitos comentários entre a turma. O que será que vai acontecer, agora que as duas rivais aque eram tão opostas cabaram coincidindo na escolha da bolsa que as acompanharia pelo resto do ano? Para a surpresa de todos, quando elas se cruzaram pelo corredor, ocorreu o singular diálogo:
_ Bonita bolsa_ disse uma.
_ Obrigada, a sua também_ respondeu a outra.
Todos os que estavam perto caíram na gargalhada, e no final daquele dia todos já sabiam do aontecido.
Mas, nessas férias, Marina conseguiu uma façanha que Alice dificilmente superaria: ela começou a namorar. Não que isso tivesse tido muito alarde, mas era uma vitória pessoal. Saber que a rival ficaria se corroendo por dentro... Mas ela estava errada. Alice não deu a mínima e quando ficou sabendo da novidade, se limitou a dizer:
_ É? Sério? Pô, que bom pra ela!
Afinal, Alice não ligava muito para esse lance de garotos e namoros. Até rolavam algumas ficadas e umas saídas, mas ela queria mesmo é se divertir, e quando tivesse que acontecer algo mais sério, nada impediria.
Com o reencontro da turma, a primeira providência tomada foi marcar uma festa no fim de semana mais próximo, mais exatamente no próximo sábado.
Na última aula antes da festa, na sexta feira, a Alice não foi pra escola. E acabou perdendo dois acontecimentos super bombásticos: entrou um garoto novo na sala, e a Marina apresentou seu namorado para a turma. Logicamente, os dois foram convidados pra festa do dia seguinte.
Na festa, a Alice chegou bem cedo. Não só para ajudar a dona da casa a dar os últimos retoques na decoração, mas porque ela é uma excelente hostess. As pessoas vão chegando aos poucos, mas Alice já sabe que todo mundo espera umas duas horas antes de aparecer. Entre as poucas pessoas presentes, há um manino que ela nunca tinha vista antes:
_ Deve ser o garoto novo na escola_ pensa ela, _ o tal namorado da Marina deve vir com ela.
E pensando assim Alice, como boa anfitriã, vai falar com ele.
Conversa vai, conversa vem, os dois acabam descobrindo muitas coisas em comum e acaba rolando um clima entre eles. Ele acaba cedendo aos encantos daquela ruivinha de olhos tão azuis, e ela não consegue resistir ao charme daqueles olhos castalhos tão sedutores... Estavam quase ficando quando a Marina chega e acaba com todo o clima: o garoto não era o aluno novo, era o namorado dela.
O barraco parecia estar formado, mas tudo acabou saindo maravilhosamente bem. Marina carregou o namorado embora, e as duas ficaram de conversar depois, na aula de segunda feira.Na segunda, o clima na escola estava tenso. Todos estavam sabendo do acontecido e aguardavam a chegada das duas rivais. Para o desapontamento geral, as duas chegaram juntas, e conversando normalmente. Como se fossem amigas.
Depois todos ficaram sabendo o que aconteceu: elas se encontraram no portão de entrada, e resolveram conversar antes de entrar na escola, para poderem se acertar sem a interferência das outras pessoas. Elas acabaram se entendendo muito bem. A Marina tinha terminado o namoro no dia anterior ("Como é que eu vou ficar com um cara que dá em cima da primeira garota que vai falar com ele quando eu não estou por perto?") e a Alice achou que não valia a pena todo esse sacrifício apenas por uma ficada sem compromisso. É, elas tinham 14 anos mas já sabiam das coisas.
Agora elas são grandes amigas. Com o tempo acabaram descobrindo que tinham muito mais coisas em comum do que imaginavam. Afinal, a bolsa laranja era mesmo linda de mais para ser a causadora de uma briga entre elas.
domingo, maio 08, 2005
surto poético versão 2.0
sábado, maio 07, 2005
surto poético versão 1.0
Cuidado com o que você diz...
Os duendes amarelos estão ouvindo tudo.
As fadas verdes espreitam após cada gole
Sílfides roxas atrás do armário
As cartas do tarot estão ganhando vida
Me agarro nas bordas do pesadelo
Caindo da cama
Aurora tardia às dez da manhã
Neves de verão
Poesia no horror da resposta de Gaia
Deus, o grande amigo imaginário
Lucy in the sky with diamonds
Free your mind
Por que?
A grande interrogação na mente das pessoas estampada nas camizetas
Uma tarde de compras alivia a tensão
Febre no verão pela doença da sociedae
A física mata
O tédio me mata
Inspiração na madrugada
São quatro da manhã
Vida vazia que segue o rio
Dormindo abraçados numa rede no frio
Vida vazia que segue seu curso
Amores farsantes
Triste ilusão com fim anunciado
A morte é a única certeza
Eu quero cortar os pulsos